terça-feira, 20 de maio de 2008

POR AQUI FAZ-SE

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ESPECTÁCULO DA ACADEMIA DE SANTO AMARO
por Pedro Câmara






Realizou-se no passado dia 6 de Abril às 21h30 na Academia de Santo Amaro, em Alcântara, um espectáculo para a angariação de fundos a reverter a favor da fundação SOL, destinada a crianças desfavorecidas.

O espectáculo foi, basicamente, um concurso de 3 categorias diferentes: canto, dança e moda. Para isso, existiu um casting prévio, feito pelos organizadores do evento, Davi Velásquez e Nelson (ambos alunos do Liceu Camões), para seleccionar os melhores de cada uma dessas categorias e acabou por ser um casting bem sucedido, maioritariamente para os alunos do nosso querido Camões. Existiu também ainda o amável convite de uma banda amadora também do liceu Camões, os On Display.

Eram duas da tarde nesse caloroso domingo e às portas da Academia de Santo Amaro já se encontravam as caras alegres, curiosas e receosas dos finalistas e também dos membros dos On Display. Após um pequeno atraso, finalmente foram abertas as portas e todos se apressaram como formigas a entrar e acomodar-se e aos seus instrumentos e material: uma dezena de guitarras, baixo, bateria, piano e toda uma panóplia de roupas e adereços para o “grande momento”.

Por entre o nervosismo lá se sentaram todos e ouviram (não tão) atentamente as explicações do Davi e do Nelson de como iriam e teriam de decorrer as actuações. Quem entrava e quando, o tempo disponível para actuar, como seriam divididas as 2 partes integrantes do espectáculo e todos os demais ínfimos detalhes.

Após isto começaram os ensaios gerais. Vozes trémulas, acordes abafados pelo “nervoso miudinho” e pela vergonha e lá se começaram a soltar os artistas. Engrenaram ainda em algumas amizades, pelo que daí julgo se ter tirado o momento mais proveitoso de todo o dia. No meio de risos, soluços e lágrimas, começaram a ensaiar os que iriam cantar, pois seriam eles a fazer a abertura de todo o espectáculo. Seguiu-se a dança (à parte muito bem conseguida pois encontravam-se mais à vontade que os restantes participantes) e por fim lá ensaiaram os 3 membros dos On Display, por entre muito barulho e gritos, pois o vocalista (ou seja, eu) era de todos eles, o mais nervoso. Vem por fim, passadas 6 horas, a tão merecida pausa para jantar após trabalho árduo a ensaiar e também um tanto de divertimento. Neste espaço de tempo entre as 20h e a hora do espectáculo o Nelson tirou um bocadinho para, com alguns dos participantes, ensaiar a dança de abertura (que era Celta e ainda hoje guardo marcas dessa dança no meu cotovelo).

Chegou então a derradeira hora, o momento de pôr todos os receios de lado e dar o melhor em palco. Numa sala quase cheia, com cerca de 200 lugares no total, encontravam-se familiares e amigos de todos aqueles que iriam subir ao palco e brilhar por breves momentos.
Começa uma música um tanto fúnebre e, pela porta principal entram 6 vultos com longos trajes brancos, em direcção ao palco. A melodia torna-se mais alegre e rápida e em palco, os 6 vultos dançam freneticamente ao som da música Celta até finalizar de frente para o público. E eis que surge então o apresentador, o Arnaldo (que era o Davi mascarado de homem rude e saloio), e de uma forma muito cómica e apelativa para o público foi apresentando todos os cantores e bailarinos até ao final da primeira parte, que foi finalizada pelos On Display, com o single “Don’t Rush”. E arrancando fortes aplausos deram lugar a um intervalo, durante o qual o júri, votou em 3 dos 7 cantores para passar à final de canto e em 3 dos 5 grupos de dança para o mesmo fim.

Começa então a segunda parte com abertura por parte dos On Display, desta vez ao som da “Outside These Walls”, a primeira música realizada pela banda, que contou com toda a energia do baterista, Francisco Ledo e do vocalista e guitarra ritmo, Pedro Camara e um solo de guitarra absorto de Vítor Brito, o verdadeiro talento da banda (não obstante a qualidade dos outros 2 membros). Houve então uma luta acesa pelo primeiro lugar em cada categoria, desta feita também com um desfile de moda (com belas e elegantes modelos), chegando então a hora da verdade. Enfim, no meio de muitas lágrimas de desilusão e desalento surgem as vencedoras de dança: as lindas “Clã”. E em canto, merecidamente, Brígida Paiva, uma aluna de Línguas e Literaturas do Camões, que parecia uma verdadeira ave canora! Como nem todos podem ganhar fica aqui o meu consolo e os meus parabéns a todos os outros participantes, que afincadamente, mostraram todo o seu potencial (que era bastante) e saíram pela porta grande, entre as luzes da ribalta daquela noite.

Um maravilhoso espectáculo, que terminou à 1 da madrugada, e que marcou certamente todos aqueles que nele e dele participaram. Há muito talento jovem à solta por aí e desconhecido, pelo que foi uma oportunidade de mostrar valor e também conviver entre novos ambientes e pressões.

Que hajam mais destes!

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